Disputa por influência regional, programa nuclear e alianças militares alimentam uma rivalidade complexa
O atual confronto entre Israel e Irã reflete décadas de tensões históricas, políticas e estratégicas distintas, que se intensificaram especialmente após 1979.
1. Da cooperação ao rompimento diplomático
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Até a década de 1970, sob o xá Mohammad Reza Pahlavi, o Irã manteve boas relações com Israel, sendo um dos primeiros países muçulmanos a reconhecê-lo.
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A Revolução Islâmica de 1979 mudou drasticamente o cenário: a república islâmica cortou laços formais, adotou retórica hostil e passou a financiar grupos como Hamas e Hezbollah, alinhados com o “Eixo da Resistência” contra Israel.
2. Rivalidade por influência regional
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Israel é visto como um Estado cercado por adversários, acusado de expansão territorial em territórios palestinos, o que alimenta seu projeto do “Grande Israel”, conforme analistas como Ronaldo Carmona.
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O Irã, por sua vez, lidera um bloco xiita que inclui — além de grupos palestinos e libaneses — milícias no Iêmen e Iraque, fortalecendo sua presença indireta na região.
3. O programa nuclear como ponto crítico
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O projeto nuclear iraniano é percebido por Israel como uma ameaça existencial. Intervenções, sabotagens (como o vírus Stuxnet em 2010) e denúncias à AIEA intensificaram os temores.
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Israel declarou que o Irã já tinha urânio suficiente para bombas, usando isso como justificativa para lançamentos preventivos contra instalações nucleares iranianas .
4. Espionagem, ciberataques e ações clandestinas
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Ao longo dos últimos 15 anos, houve uma intensa guerra subterrânea: ataques cibernéticos, assassinatos de cientistas nucleares (como Mohsen Fakhrizadeh), explosões em instalações como Natanz e operações ocultas de inteligência militar.
5. Escalada para confrontos diretos
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A guerra entre Israel e Hamas em 2023 ampliou a disputa: o apoio do Irã aos aliados em Gaza levou a respostas mais contundentes.
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Em 2024 e 2025, o conflito ganhou fragmentos de combate direto — incluindo bombardeios de Israel sobre alvos no Irã, respostas iranianas com drones e mísseis, além de profundas tensões nos bastidores geopolíticos .
🔍 Contexto atual
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Influências regionais: nem Israel nem Irã têm só adversários diretos — ambos se envolvem em atuações por procuração via grupos aliados.
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Tecnologia militar: ciberguerras, drones, sabotagens, infiltrações clandestinas — para além dos bombardeios convencionais.
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Implicações globais: se o conflito escalar, pode envolver potências como EUA, Rússia e países europeus, impactando preços do petróleo e estabilidade regional.
✅ Conclusão
O conflito Israel-Irã emergiu da transição de uma aliança histórica para a hostilidade aberta — motivada por mudanças políticas em Teerã em 1979, disputa por influência regional, desconfiança nuclear e uma rede de guerra secreta. A tensão atual, marcada por ataques diretos e respostas, é o resultado de uma rivalidade construída ao longo de décadas, com risco real de escalada ainda maior.
Da Redação do Mais55