Queda nos preços de alimentos e política econômica de Javier Milei puxam índice para o menor patamar desde 2020; inflação acumulada ainda preocupa, com 43,5% em 12 meses
A inflação na Argentina registrou 1,5% em maio de 2025, a menor taxa mensal em cinco anos, desde maio de 2020, quando o país estava em quarentena por conta da pandemia. O dado surpreendeu o mercado, que esperava um índice mais próximo de 2%.
O resultado foi impulsionado, principalmente, pela queda nos preços de alimentos e bebidas, que subiram apenas 0,5% no mês, além de frutas e verduras com deflação. Outros setores também apresentaram variações baixas, como transporte (+0,4%). Já os maiores aumentos foram em comunicação (+4,1%) e restaurantes e hotéis (+3%).
Panorama geral
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Inflação acumulada em 2025: 13,3% (de janeiro a maio);
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Inflação acumulada em 12 meses: 43,5%;
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Inflação núcleo (sem itens sazonais e regulados): 2,2%, a menor desde abril de 2020.
Essa desaceleração é vista como reflexo direto das medidas do governo de Javier Milei, como a política fiscal rigorosa, o fim do “cepo cambial” e o controle da emissão de dinheiro.
Por que os preços caíram?
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Reformas econômicas: o governo vem aplicando uma política de ajuste fiscal severa e liberalização cambial, com apoio do ministro da Economia, Luis Caputo.
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Fim de travas no câmbio: maio foi o primeiro mês completo sem o controle do dólar, o que, surpreendentemente, não pressionou os preços.
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Fatores sazonais: houve queda em produtos como frutas e vegetais, o que ajudou a reduzir o índice geral.
O que esperar nos próximos meses?
Apesar da desaceleração, especialistas alertam que a inflação ainda está em um patamar alto e que reajustes de tarifas públicas podem causar repiques nos próximos meses. A expectativa do mercado é que a inflação de junho fique em torno de 1,9%.
Por que isso importa?
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Alívio para os consumidores argentinos, que enfrentaram inflação recorde em 2023 (mais de 200%).
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Sinal positivo para o governo Milei, que busca mostrar resultados rápidos de sua política econômica ortodoxa.
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Desafio contínuo: controlar a inflação estrutural e manter a credibilidade fiscal será crucial para a recuperação do país.
Da Redação do Mais55