Parceria internacional foca em setores estratégicos e abre caminho para novas oportunidades
O Brasil acaba de receber uma promessa bilionária vinda da França: um investimento de R$ 100 bilhões ao longo dos próximos cinco anos. O anúncio foi feito por um grupo de empresários franceses durante uma reunião diplomática com representantes do governo brasileiro, e promete movimentar setores como infraestrutura, energia renovável, tecnologia e logística.
A expectativa é que esse aporte internacional gere empregos, aumente a competitividade da indústria nacional e fortaleça a relação comercial entre os dois países.
Segundo analistas econômicos, esse tipo de investimento estrangeiro mostra que o Brasil continua sendo um mercado atrativo, mesmo com instabilidades internas.
“É uma demonstração clara de confiança no nosso potencial produtivo e na retomada do crescimento”, disse um economista ouvido pela reportagem.
Agora, resta acompanhar como e onde esse dinheiro será aplicado, e principalmente, se os benefícios chegarão à população de forma concreta.
Helicópteros
Outro projeto discutido entre Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, é o de cooperação para produção de helicópteros na fábrica da empresa brasileira Helibrás, em Itajubá (MG). O ministro das relações exteriores, Mauro Vieira, comentou a iniciativa de usar a planta do Brasil.
“[Os] helicópteros que poderão servir às polícias estaduais, aos governos estaduais, poderão ser empregados pelas agências de saúde e também com objetivos de defesa e controle do meio ambiente. As instalações de Itajubá poderão ser também utilizadas para futuras exportações para outros países da região que tenham interesse”, explicou.
Brasil e França assinaram ainda, na atual viagem, acordos bilaterais de cooperação para o desenvolvimento de vacinas e produtos laboratoriais, envolvendo a Fiocruz e instituições francesas, como o Instituto Pasteur.
Acordo UE-Mercosul
Sobre o acordo do Mercosul com a União Europeia (UE), Lula questionou a tese de que a agricultura francesa seria prejudicada pelo agronegócio brasileiro. Para o presidente, a afirmação não está correta porque existem cotas para exportação de produtos brasileiros.
“Se eles cumprissem a cota, no máximo, os franceses iriam comer dois hambúrgueres [de carne importada do Brasil], em média, por ano. É nada”, disse o presidente, acrescentando que sugeriu ao presidente Macron que os agricultores brasileiros e franceses se reunissem para discutir o assunto.
“Longe de mim querer prejudicar o pequeno agricultor francês. Eu não quero que a gente pare de comparar vinho da França, embora a gente produza vinho”, acrescentou Lula, destacando que a política comercial é uma via mão dupla.
O presidente lembrou ainda que a UE tem 27 países e que o acordo tem que ser coletivo, apesar da resistência francesa. “Eu acho que o Parlamento Europeu aprova o acordo, independentemente de a França querer ou não, porque a França já deu procuração”, finalizou.
Da Redação do Mais55