Apesar dos maiores gastos em saúde do mundo, expectativa de vida nos Estados Unidos cresce pouco e fica atrás de países que investem menos
Quem gasta mais com saúde… vive mais? Para os Estados Unidos, a resposta não é tão simples. Apesar de liderarem o ranking de gastos em saúde entre os países desenvolvidos, os americanos não viram um aumento proporcional na expectativa de vida — na verdade, essa expectativa até caiu nos últimos anos.
Dados do Health System Tracker mostram que, de 1970 a 2023, os custos médios com saúde por pessoa nos EUA saltaram de US$ 353 para mais de US$ 14 mil por ano, um crescimento que superou com folga a inflação no período. No entanto, a expectativa de vida aumentou apenas 7 anos nesse mesmo intervalo, chegando atualmente a 77,5 anos — bem abaixo de países como Japão, França e Coreia do Sul, que gastam menos da metade por habitante.
A pandemia de Covid-19 agravou esse cenário, provocando uma queda adicional na longevidade americana, mas o descompasso já vinha de antes. O sistema de saúde dos Estados Unidos enfrenta desafios crônicos: alta incidência de doenças como diabetes e obesidade, desigualdade no acesso aos serviços médicos e uma qualidade ainda insatisfatória na prevenção e na atenção primária.
O caso americano lança um alerta global importante: longevidade não é apenas questão de quantos anos se vive, mas de como se vive. Por isso, cresce a discussão sobre o healthspan — o tempo de vida com saúde e autonomia, livre de doenças e limitações físicas significativas.
Cada vez mais, governos, empresas e o mercado de saúde como um todo começam a redirecionar o foco: não basta prolongar a vida, é preciso garantir que esses anos a mais sejam vividos com qualidade. Essa mudança de perspectiva poderá influenciar políticas públicas, investimentos em tecnologia e programas de prevenção nos próximos anos.
Da Redação do Mais55