A detecção do primeiro foco de gripe aviária (H5N1) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul levou diversos países a suspenderem a importação de produtos avícolas brasileiros
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, enfrenta uma crise sanitária que pode resultar em perdas superiores a US$ 1 bilhão nas exportações nos próximos meses. A detecção do primeiro foco de gripe aviária (H5N1) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul levou diversos países a suspenderem a importação de produtos avícolas brasileiros.
Impacto nas exportações
Desde a confirmação do surto, pelo menos 17 países e a União Europeia interromperam total ou parcialmente as compras de carne de frango do Brasil. Entre os principais mercados afetados estão China, União Europeia, México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Malásia, Uruguai e Argentina. Esses destinos representaram cerca de um terço das exportações brasileiras de carne de frango em 2024, totalizando aproximadamente US$ 3,26 bilhões no ano.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as exportações para esses mercados somaram mais de US$ 280 milhões apenas em abril de 2025 . Com a suspensão das importações, o setor avícola brasileiro pode deixar de exportar cerca de R$ 1,5 bilhão por mês.
Estimativas de prejuízo
Especialistas apontam que, mesmo que a crise seja controlada em poucos meses, as perdas podem ser significativas. O economista Fábio Silveira, da consultoria MacroSector, projeta que as perdas podem variar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão no prazo de até 12 meses.
Além disso, há preocupações com cargas já em trânsito. A ABPA alerta que países como a China podem rejeitar remessas de carne de frango que já estavam a caminho, agravando ainda mais os prejuízos para os exportadores brasileiros.
Resposta do governo
O Ministério da Agricultura confirmou o foco da doença em uma granja no município de Monte Negro, no Rio Grande do Sul . O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil pode ser declarado livre da gripe aviária em 28 dias, caso não sejam detectados novos casos.
Enquanto isso, o governo brasileiro está em negociações com países importadores para limitar os embargos às regiões afetadas, evitando proibições nacionais que impactam todo o setor avícola.
Da Redação do Mais55
