Apesar de o BC ter feito a maior intervenção no mercado à vista desde 2020, moeda americana disparou. Ibovespa segue em queda.
O dólar fechou alta de 0,99%, cotada a R$ 6,09, em um novo recorde nominal nesta segunda-feira (16/12). Ainda pela manhã, a moeda chegou a se aproximar de R$ 6,10, levando o Banco Central (BC) a realizar um leilão extraordinário da moeda norte-americana no mercado à vista, sem exigência da recompra da moeda pela instituição. Nesse leilão, foram vendidos US$ 1,63 bilhão ao mercado financeiro. Essa foi a maior intervenção feita pelo BC no mercado à vista desde 2020.
A medida levou a cotação de volta para a casa dos R$ 6,04, mas o dólar voltou a subir ao longo do dia. Vale lembrar que, na sexta-feira (13/12), o BC já havia feito um leilão e vendido US$ 845 milhões.
Enquanto segue aguardando a aprovação do corte de gastos do governo federal, o mercado financeiro segue atento ao relatório de projeções fiscais divulgado hoje pela secretaria do Ministério da Fazenda. Pelos dados, o governo precisa de um incremento de receita da ordem de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 17,9 bilhões, para atingir o déficit zero em 2025.
Trump diz que, “taxará de volta” países como Brasil e Índia
Para esta terça-feira (17/12), investidores aguardam a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a do Federal Reserve (Fed) para definição das novas taxas de juros americanas. A expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), disse nesta 2ª feira (16), que aumentará a taxação para países com tarifas elevadas para produtos norte-americanos. Trump citou o Brasil e a Índia como exemplos. O republicano deu a declaração a jornalistas na sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.
“Se eles quiserem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar de volta“, disse Trump ao afirmar que tarifas para produtos estrangeiros fariam dos EUA uma nação rica.
TAXAÇÃO AO BRICS
Durante a campanha à Casa Branca, Donald Trump prometeu taxar produtos chineses e outras exportações estrangeiras quando tomasse posse, porém é a 1ª vez que o republicano fala em aumentar tarifas diretamente ao Brasil.
A citação à Índia indica uma mira do presidente eleito a países do Brics (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul). Trump ameaçou taxar os produtos de países do bloco em até 100% caso eles insistam em criar uma moeda própria para não utilizar o dólar no comércio internacional.
“Exigimos um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda Brics nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100% e podem se preparar para dizer adeus à venda para a maravilhosa economia dos EUA“, disse o republicano em um post na rede Truth Social.
Apesar das ameaças de taxas a países como o Brasil, Trump não falou sobre a taxação prometida à China durante a campanha. Em vez disso, buscou uma aproximação ao elogiar o presidente Xi Jinping durante a fala em Mar-a-Lago. “China e EUA podem resolver todos os problemas do mundo”, declarou o republicano.
Da Redação do Mais55/Com informações do Metrópoles e Poder 360